Identificação do linfonodo sentinela em mulheres com câncer de mama.

Autor: Felipe Pereira Zerwes.
Orientadores: Lea Mirian Barbosa da Fonseca, Antonio Luiz Frasson.
Tese de Mestrado. UFRJ, 2000.

A linfadenectomia axilar é um procedimento importante no estadiamento e tratamento das pacientes com câncer de mama. Está associada, contudo, com um índice de morbidade significativo. Diagnósticos cada vez mais precoces têm contribuído para aumentar o número de dissecções de axilas livres de doença. Com a intenção de evitar essa cirurgia desnecessária, tem sido estudada a possibilidade de avaliar o comprometimento dos linfonodos nesta topografia.

Linfonodo sentinela (LS) é considerado o primeiro linfonodo a receber a drenagem linfática tumoral. Assim, este estudo tem por objetivos avaliar a eficácia dos métodos de identificação desse linfonodo, que são a linfocintilografia com tecnécio-99m e o uso do corante azul, estimar a preditividade do exame histológico do LS em relação ao exame histológico dos outros linfonodos axilares e comparar a eficácia do exame de congelação do sentinela em relação ao seu exame histológico definitivo.

A pesquisa do sentinela foi realizada em 29 pacientes e o LS foi identificado em todas elas. O linfonodo era metastático em sete das 29 pacientes (24,1%). Nas 22 pacientes em que o LS era negativo, 15 foram submetidas à dissecção axilar completa. Em 14 destas pacientes (93,3%), o exame dos linfonodos restantes foi também negativo para metástases, porém, em um caso (6,7%), havia um linfonodo axilar positivo para metástase localizado no primeiro nível axilar. Nas sete pacientes LS-positivas, todas foram submetidas à dissecção axilar. O exame histológico do LS, em relação ao exame histológico dos linfonodos axilares restantes, demonstrou sensibilidade de 87,5%, especificidade de 100%, valor preditivo positivo de 100%, valor preditivo negativo de 93% e eficácia de 95%. O exame histológico intra-operatório ou de congelação foi realizado em 24 dos 29 casos (82,7%). Houve concordância entre os resultados do exame histológico intra-operatório e os resultados do exame histológico definitivo em 95,8% dos casos. Este estudo demonstrou que as técnicas de detecção do LS foram eficazes na avaliação do status axilar.