Alexandre Sérgio de Araújo Bezerra
RESULTADOS: A concordância interobservador e intra-observador foi substancial ou quase perfeita em quase todas as variáveis analisadas (k ou r = 0,811,00). Fibrose periportal, heterogeneidade do parênquima hepático e nódulos sideróticos esplênicos foram mais freqüentes no grupo de pacientes esquistossomóticos (p < 0,05). A fibrose periportal apresentou maior diferença entre os dois grupos, sendo mais freqüente nos pacientes esquistossomóticos. Houve também diferença quanto à distribuição, sendo a fibrose periportal periférica mais comum que a central em pacientes com esquistossomose. O diâmetro transverso do lobo hepático direito foi maior nos pacientes cirróticos, e a relação lobo caudado/lobo direito, todos os diâmetros esplênicos e o índice esplênico foram maiores nos pacientes esquistossomóticos (p < 0,001). Na análise por regressão múltipla, os nódulos sideróticos esplênicos e o índice esplênico foram altamente indicativos de esquistossomose e podem ser usados para diferenciação entre os dois grupos. Em doentes previamente esplenectomizados, a relação lobo caudado/lobo direito foi a variável que diferenciou melhor os dois grupos (p = 0,009).
CONCLUSÃO: A presença de fibrose periportal periférica, heterogeneidade do parênquima hepático e nódulos sideróticos esplênicos é mais freqüente em pacientes esquistossomóticos. O índice esplênico é significativamente maior na esquistossomose. O exame de ressonância magnética apresentou elevada reprodutibilidade para a avaliação das alterações morfológicas hepáticas e esplênicas em pacientes esquistossomóticos e em pacientes cirróticos.