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RESUMO DE TESE



A principal alteração tomográfica encontrada foi o preenchimento do espaço aéreo, em 100% dos pacientes. Destes, 92,3% tinham extensas áreas de consolidação pulmonar bilateral, nos campos posteriores. Broncograma aéreo e pequenas calcificações puntiformes de permeio às consolidações foram achados dominantes, estando presentes em 92,3% e 76,9% dos pacientes, respectivamente. Nódulos do espaço aéreo, muitas vezes formando confluências, foram também freqüentes, sendo encontrados em 84,6% dos pacientes. Algumas características relacionadas à forma crônica da doença, como calcificação linfonodal, mostraram-se comuns na forma aguda, enquanto outras, como fibrose e linfonodomegalia, não. Apesar de evidências mais objetivas de fibrose não terem se mostrado freqüentes, dilatação traqueal ocorreu em 69,2% dos pacientes. Outros achados mais inespecíficos também foram observados, como a reação pleural, em 84,6%, e áreas esparsas de vidro fosco, em 61,5% dos pacientes.

 

Avaliação de comunicação peritônio-pleural por método cintilográfico

 

 

Autora: Lisliê Souza Pinto.
Orientadora: Maria das Graças A. Cruz.
Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005.

Comunicação peritônio-pleural é uma complicação descrita em pacientes com ascite e que predispõe à passagem deste líquido para o espaço pleural. Nos pacientes cirróticos ela é chamada hidrotórax de origem hepática, podendo ocorrer também naqueles em uso de diálise peritoneal ambulatorial contínua ou na síndrome de Meigs. Cinco a dez porcento dos pacientes cirróticos podem evoluir com derrame pleural secundário a fístula peritônio-pleural, que ocorre mais freqüentemente à direita. Em muitos casos essas alterações diafragmáticas são microscópicas, o que dificulta seu diagnóstico por métodos radiológicos. A certeza da passagem do líquido ascítico para o espaço pleural é importante para um tratamento adequado.

O objetivo deste trabalho é avaliar a presença da comunicação peritônio-pleural demonstrada pela passagem de radiofármaco da cavidade abdominal para a pleural, através de um método pouco invasivo e fisiológico.

Realizamos estudo retrospectivo com inclusão prospectiva de 19 pacientes (dez mulheres e nove homens) com idades entre 32 e 73 anos, com derrame pleural de repetição e ascite. Após administração de 370 MBq de 99mTc-fitato na cavidade peritoneal, foram adquiridas imagens seriadas com dez segundos de duração cada, durante os primeiros cinco minutos. Posteriormente, adquiriram-se imagens estáticas do abdome e do tórax, com 500 mil contagens, a cada uma hora e até 24 horas quando necessário. A migração do líquido ascítico marcado com o radiofármaco para o espaço pleural confirmava o diagnóstico de fístula transdiafragmática.

A cintilografia evidenciou fístula peritônio-pleural em 16 (84%) pacientes, sendo em 11 (68,75%) casos à direita. Dentre os três casos negativos, apenas um tinha cirrose; os outros dois casos tiveram, posteriormente, o diagnóstico basal esclarecido como tuberculose peritoneal e colangite esclerosante.

Nossos resultados mostraram que a cintilografia é eficaz para investigação de fístula peritônio-pleural e que deve ser recomendada como exame inicial nos pacientes com suspeita clínica de hidrotórax de origem ascítica.


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