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EDITORIAL

Gordura visceral e subcutânea

Visceral and subcutaneous fat

Henrique Manoel Lederman



A obesidade é, atualmente, um problema de saúde pública, com prevalência de crescimento exponencial em todos os grupos etários e principalmente em crianças e adolescentes. O acúmulo de gordura visceral é associado com o aumento do risco cardiovascular, com a síndrome metabólica (hipertensão, dislipidemia, diabetes tipo II) e resistência à insulina. Há melhor correlação do que com o índice de massa corpórea ou a medida da circunferência abdominal. Nos pacientes obesos há dificuldade em se estimar a quantidade das gorduras visceral e subcutânea. Como métodos para avaliar a gordura visceral podem ser utilizadas a bioimpedância, a ultrassonografia (US), a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM) e a densitometria com medida da gordura (DEXA). A TC e a DEXA têm boa sensibilidade e especificidade, mas irradiam o paciente e o custo é maior do que o da US. A RM é ótima, mas com custo também superior à US. A bioimpedância não é do domínio da radiologia e tem interferências, portanto, o método atual de escolha é a US. Deve ser avaliada também a ecogenicidade hepática, pois a esteatose faz parte da obesidade. A esteatose, quando tratada a causa básica, desaparece ultrassonograficamente em três a quatro semanas. O valor do exame é correlacionado com os parâmetros clínicos e laboratoriais e no controle evolutivo, na avaliação da perda de peso, da perda da massa muscular. As medidas pela US deverão ser sempre padronizadas, em regiões semelhantes para a reprodutibilidade e redução de erro. Os médicos treinados no exame conseguem produzir resultados confiáveis e reprodutíveis. Vários trabalhos na literatura, inclusive nacionais, como o publicado por Sakuno et al.(1) neste número da Radiologia Brasileira, têm demonstrado a acurácia e a reprodutibilidade do método. A utilização desta avaliação é muita mais de linha acadêmica do que na prática clínica. Na clínica há a avaliação da perda de peso, associada ao aumento de exercícios e a melhora dos exames laboratoriais. REFERÊNCIA 1. Sakuno T, Tomita LM, Tomita CM, et al. Avaliação ultrassonográfica da gordura visceral e subcutânea em crianças obesas. Radiol Bras. 2014;47:149-53. 1. Professor Titular de Radiologia da Escola Paulista de Medicina - Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp), São Paulo, SP, Brasil. E-mail: henrique.lederman@gmail.com

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