Fabio Nauff
MÉTODOS: Foram avaliados os cefalogramas obtidos de telerradiografias de 22 indivíduos do gênero masculino portadores de apneia obstrutiva do sono diagnosticada por polissonografia (índice de apneia-hipopneia > 10 eventos/hora) e com sobrepeso (índice de massa corporal entre 25 e 34,9 kg/m2). As telerradiografias, em norma lateral, foram realizadas com o indivíduo nas posições vertical (em pé) e horizontal (deitado em decúbito dorsal). No traçado cefalométrico, as vias aéreas superiores na região craniofacial foram demarcadas e divididas em três setores: nasofaringe, orofaringe e hipofaringe. As áreas dos três setores foram mensuradas e comparadas para as duas posições do indivíduo, assim como o menor diâmetro da orofaringe e da hipofaringe. Comparou-se também, a área do palato mole e o seu maior diâmetro.
RESULTADOS: A posição em pé apresentou, em média, maior área da nasofaringe (p = 0,001), área da orofaringe (p < 0,001), área da hipofaringe (p < 0,001), e menor diâmetro da orofaringe (p < 0,001) e da hipofaringe (p < 0,001), em comparação com a posição deitada. Em contrapartida, a posição deitada apresentou, em média, maior área do palato mole (p < 0,001) e maior diâmetro do palato mole (p = 0,007) do que a posição em pé.
CONCLUSÕES: Os indivíduos com apneia obstrutiva do sono, ao variar sua postura da posição vertical para a horizontal, sofrem redução da área das vias aéreas superiores e do menor diâmetro da orofaringe e hipofaringe, sugerindo obstrução. O palato mole, com o indivíduo na posição supina, apresentou maior área radiográfica e largura em relação ao indivíduo na posição vertical.