Danilo Moulin Sales
MÉTODOS: Foi realizado estudo prospectivo e transversal em 24 pacientes portadores de esquistossomose mansoni com a forma hepatesplênica, sem sinais clinicolaboratoriais de hepatopatias associadas, e em 6 pacientes sem doença hepática conhecida, como grupo controle, com avaliação da via biliar com CPRM. Foram analisados os seguintes padrões de alteração da via biliar: distorção ou desarranjo, afilamento, estenose, dilatação e irregularidade. Foi calculada a concordância interobservador na caracterização de alteração da via biliar e suas alterações utilizando-se o teste de McNemar e o índice kappa (κ). Foi também estudada a relação entre a ocorrência de alteração da via biliar com o nível sérico da gamaglutamiltransferase.
RESULTADOS: A concordância interobservador na caracterização de distorção e afilamento da via biliar foi quase perfeita (κ = 0,867; intervalo de confiança [IC] 95% [0,512-1,0] e κ = 0,865; IC 95% [0,51-1,0], respectivamente). Em relação às outras variáveis, a concordância foi substancial para a estenose (κ = 0,78; IC 95% [0,424-1,0]), moderada para dilatação (κ = 0,595; IC 95% [0,247-0,942]) e regular para afilamento (κ = 0,229; IC 95% [0,095-0,552]). A concordância foi também substancial quando se considerou qualquer tipo de alteração da árvore biliar (κ = 0,722; IC 95% [0,364-1,0]).
CONCLUSÕES: As alterações observadas nas vias biliares desses pacientes foram, em ordem decrescente de ocorrência: afilamento, distorção, estenose, dilatação e irregularidade. A concordância interobservador para sinais de colangiopatia esquistossomótica foi quase perfeita para distorção e afilamento e substancial para estenose.